quarta-feira, 25 de junho de 2025

Cuité encerra programação do São João com Elba Ramalho e consagra-se como maior do Curimataú

 

(Elba Ramalho - Parque do Forró em Cuité / Foto: André Oliveira)

A última noite do São João em Cuité – Aqui o forró é de verdade!’ – aconteceu nessa terça-feira (24), noite de São João, com Elba Ramalho, Os 3 do Nordeste, A Deusa do Forró, Edyr Vaqueiro e Gamadões do Forró, encerrando a programação. Um público estimado em 100 mil pessoas compareceu ao Módulo Esportivo nos cinco dias de festa, que marcou um novo momento da cultura da cidade, incluindo-a na rota das principais comemorações juninas do estado.

O prefeito Caio Camaraense destacou o planejamento e a organização para que a festa acontecesse e estabelecesse o São João de Cuité como o maior do Curimataú paraibano. Ele conta que foram um total 40 atrações, 26 comerciantes cadastrados para a montagem de restaurantes no espaço da festa, fora as dezenas de pequenos comerciantes que lucraram com seus produtos e serviços nos dias do evento.

“Esse São João foi muito especial, pois mudamos o local do evento para receber mais pessoas, dotamos o espaço de infraestrutura, estabelecemos o forró como ritmo predominante e pudemos ver o crescimento da nossa festa. Podemos destacar ainda como o evento movimentou a economia da nossa cidade. Comerciantes de vários segmentos, grande e pequenos, obtiveram lucro nestes dias. Todos comemoraram”, ressaltou.

Atração principal do encerramento da festa, a cantora Elba Ramalho fez um show vibrante, mas também cercado de muita emoção. Um dos pontos altos foi quando ela cantou um trecho do hino da padroeira da cidade, Nossa Senhora das Mercês. Ela, que já havia gravado o hino anos atrás, relembrou esse momento no palco e levou o público ao delírio.

Evento – O evento teve início na última sexta-feira (20) e passaram pelo palco principal da festa nomes como Tom Oliveira, Jorge de Altinho, Amazan, Taty Girl, Juarez, Rey Vaqueiro, Brasas do Forró, Rannyeri Gomes, entre outros.

O São João em Cuité contou ainda com um Palco Cultural, com shows de artistas da terra; com o Quadrilhódromo, para apresentações de quadrilha, e ainda uma festa voltada só para as crianças, estimulando a manutenção das tradições e da cultura nordestina.

Esse ano, os festejos aconteceram no Módulo Esportivo, área que ganhou estrutura própria para o evento: palcos, camarotes, praça de alimentação e cidade cenográfica, em um espaço amplo e com segurança. Com o lema, ‘Aqui o forró é de verdade!’, a festa organizada pela Prefeitura, adotou o forró como ritmo prioritário da comemoração junina e atraiu visitantes de outras cidades e ainda de outros estados.

Agência Foque marca presença no maior evento de marketing político do Brasil e destaca tendências para as eleições de 2026

 


Direto de Florianópolis, Hiago Mateus aposta na inovação e na inteligência estratégica como diferencial para campanhas eleitorais e institucionais no próximo ano

A cidade de Florianópolis está recebendo o maior evento de marketing político e institucional do Brasil, reunindo especialistas, agências, consultores e lideranças de todo o país. 

Com um olhar atento às novas ferramentas, tendências de comportamento e estratégias de comunicação política, Hiago destaca a importância de espaços como este para preparar o terreno para o pleito eleitoral de 2026.


“Eventos como esse não apenas atualizam o setor com o que há de mais moderno no marketing político e institucional, mas também abrem espaço para novas conexões, parcerias e planejamento estratégico de longo prazo. Estamos aqui para aprender, compartilhar e, principalmente, levar inovação para nossos clientes”, ressalta o consultor.

A Foque tem se consolidado como referência no marketing voltado à gestão pública, campanhas eleitorais, com soluções que vão da construção de imagem institucional ao conteúdo digital de alto impacto.

Com a chegada do novo ciclo eleitoral, a expectativa é que agências como a Foque sejam cada vez mais protagonistas no apoio à comunicação de candidatos, prefeitos, vereadores e instituições públicas, que buscam se conectar com a população de forma ética, transparente e criativa.

“2026 começa agora. A forma como os políticos e gestores públicos irão se comunicar nos próximos meses pode definir o resultado nas urnas”, completa Hiago.

domingo, 22 de junho de 2025

Padre Edjamir Sousa Silva: O Cristo da Fé, nos dias da Carne

 



Depois de celebramos o Tempo da Páscoa, retomamos a caminhada do Tempo Comum iniciado com o Batismo de Jesus (mês de Janeiro).  O Tempo Comum aprofunda o Mistério de Cristo na vida do povo de Deus: É o Cristo da fé, nos dias da carne (Jesus histórico).

Acabamos de celebrar uma solenidade (Corpus Christi) onde se ensinava que, em Jesus, Deus teve um corpo e que se nos deu como alimento: “Isto é o meu corpo (…), tomai e comei”. No Sacramento da Eucaristia se dilui (indissoluvelmente) o humano e o divino; portanto, a mística da comunhão é uma adesão à vida total de Jesus Cristo, na carne.

O cardeal Raniero Catalamessa certa vez disse “é preciso voltar a compreender: o que pensavam de Jesus seus contemporâneos? Como parecia para quem o conheceu “nos dias de sua carne”? (…), pois nós não conhecemos o Jesus “segundo a carne” (cf. 2Cor 5, 16); conhecemos o Cristo que encontramos na fé da Igreja, o Cristo “espiritual”. Este também deve ser o objetivo, porque o Jesus da história é o mais perto de nossa situação atual de lutas, alegrias, sofrimentos; longe das “engenhosas fábulas”” (CATALAMESSA, Raniero. O Verbo se fez Carne”; trad. Cornélio DallÁlba. São Paulo: ed. Ave Maria, 2012. p. 658).

Mas, que meio temos para chegar ao Jesus que nasceu em Belém, viveu em Nazaré e morreu em Jerusalém aos 30 anos? A resposta é: os evangelhos! Antes de mergulhar no texto de hoje, permitam-me algumas questões: em nossas comunidades, nossos grupos mergulham mais nos evangelhos ou nos manuais devocionais?  Conhecemos “o Jesus segundo a carne”? Ou as pregações “engenhosas cheias de fábulas” de gurus espiritualizados?

Vamos à reflexão a partir do Evangelho proposto para este domingo (Lc 9, 18-24). O Texto começa com esta informação: “Certo dia, Jesus estava rezando num lugar retirado, e os discípulos estava com ele” (v. 18a). O texto, no Grego, diz: “Ele estava sozinho orando, e os discípulos estavam com ele”. Mas, como isso é possível, estava orando sozinho na companhia dos seus discípulos? Lucas quer indicar, como já fez em outras ocasiões, que os discípulos acompanham Jesus, mas não o seguem. É caminho paralelo. Ele está na solidão e os discípulos não são solidários com ele.

No v. 18b se diz “Então, Jesus perguntou-lhes: ’quem diz o povo que eu sou?’”. A pergunta analisa o efeito da pregação que eles fizeram ao povo. A resposta do povo sugere um fracasso da pregação dos discípulos, pois o povo não reconhece Jesus como o Filho de Deus: “uns dizem que és João Batista; outros, que és Elias; mas outros acham que és algum dos antigos profetas que ressuscitou” (v.19). Todos O relacionam com figuras do passado, ninguém entende a novidade da Boa Nova de Jesus. É um povo enraizado no passado.

“E vós, quem dizeis que eu sou? Pedro respondeu: ‘Tu és o Cristo de Deus’” (v. 20a). A resposta parece muito acertada, mas no decorrer do texto vai ficando evidente que o “Messias” que os discípulos esperavam seria aquele valente guerreiro, vingativo, que viesse fazer justiça ao Povo de Israel: “ o leão da Tribo de Judá. A imagem desse Messias valente é evocada, em tons de deboche, pelos inimigos de Jesus, quando ele estava na cruz: “Não és tu o Cristo, salva-te a ti mesmo e a nós”. (Lc 23,29). É uma resposta tão errada de Pedro que Jesus reage: “Jesus proibiu severamente que contassem isso a alguém” (Lc 9, 21). Recorde-se que João Batista apresentou Jesus como “Cordeiro” e não como Leão.

O verbo “repreender” usado aqui com o Pedro é o mesmo usado contra os demônios. Jesus “quis exorcizar” esta imagem equivocada que se tem do Filho de Deus. Como contraste, anuncia: ”O Filho do Homem deve sofrer muito, ser rejeitado pelos Anciãos, pelos Sumos Sacerdotes e Doutores da Lei, deve ser morto e ressuscitar no terceiro dia” (9,22).

Nos evangelhos Jesus anuncia a si mesmo como Filho de Deus, isto é, Deus na condição humana. Essa apresentação de si despertava ódio por parte dos representantes do Sinédrio, pois acreditavam ter credenciais de domínio para julgar os homens e condená-los. Assumindo a nossa condição humana, o Filho de Deus, se apresenta como alguém que não veio condenar (cf. Jo 17, 3), contrariando as credenciais do próprio Sinédrio, mas salvar o ser humano já tão fadado do peso dessas prerrogativas: perseguir, julgar, excluir, condenar e matar.

Por isso que Jesus apresenta o Sinédrio (os anciãos/o sumo sacerdote e os escribas (teólogos)) – o órgão jurídico de Israel – como responsável de sua condenação morte. O Sinédrio que se apresentava como representante de Deus, quando o Filho de Deus veio até nós, não O reconhece e pede até a Sua morte.

“Se alguém quer me seguir (…) tome sua cruz cada dia e siga-me” (Lc 9, 23.). Essa é a resposta de Jesus a quem o acompanha, mas não o segue. O negar a si mesmo é não ter medo de ser excluído, por causa da coerência com o evangelho. O negar a si mesmo, não é aquele terrorismo proselitista que esvazia as pessoas ao ponto de despersonalizá-las, infantilizá-las e manipulá-las.

Jesus não oferece a cruz a ninguém, mas sabia que acompanhá-Lo é perigoso e requer maturidade humana e espiritual. Há uma dura possibilidade de que o discípulo que acompanha Jesus enfrente rejeição, todo o tipo de insultos e solidão. O evangelho nem sempre gera uma boa reputação.

Em outra ocasião Jesus dizia que o discípulo que “busca a glória uns dos outros, não entende o Reino de Deus” (cf. Jo 5, 44). Por isso, não deve dar muita razão a sua imagem pessoal, reputação, carreira; pois quem vive se poupando de críticas, de falsidades, etc..não tem o perfil de ser livre para seguir Jesus (cf 2Cor 11, 18.21b-30), no máximo só consegue agradar as instituições (representadas pelo Sinédrio) com o intuito de ganhar algo em troca: querer aplausos.

“Quem quiser salvar a sua vida, vai perdê-la, e quem perder a sua vida, por causa de mim, salvará” (Lc 9,24). Esta é conclusão do evangelho de hoje e seu eco chega à nossa geração (adolescentes, jovens, casais, idosos). Quem vive para si destroe sua existência. Mas, se abraçamos a causa do evangelho (“Ele me ungiu para anunciar a boa nova aos pobres, libertar os presos…” (cf Lc 4, 18-19)) – que é causa humanitária – teremos vida autêntica e Deus nos salvará. Não existe um Cristo desencarnado, só na cabeça dos espiritualistas que não caminha pelo evangelho.

Concluo com uma provocação filosófica para quem quer seguir Jesus e testemunhá-Lo: “Não viva para que sua presença seja notada, mas que sua ausência seja sentida” (Bob Marley). Faça o bem e saia de cena. Que são João Batista, homem de fé, coerência e austeridade, interceda por nós.

Boa Semana!! Boas festividades e viva São João!

Edjamir Silva Souza

Padre e Psicólogo

quarta-feira, 18 de junho de 2025

Prefeito Tião Pinto participa da solenidade de liberação de emendas em João Pessoa

 


O prefeito de Frei Martinho, Tião Pinto (Republicanos), participou nesta terça-feira, 17 de junho, da solenidade de autorização dos pagamentos das Emendas Parlamentares Estaduais 2025, realizada em João Pessoa. O evento contou com a presença do governador João Azevêdo, além de deputados estaduais, prefeitos e demais autoridades.


Representando o município, o prefeito esteve acompanhado do presidente da Câmara Municipal, Felipy Pinto, e do secretário de Transportes, Ricardo Fernandes.

Durante a solenidade, Frei Martinho foi contemplado com importantes emendas parlamentares, que irão resultar em investimentos diretos em áreas prioritárias do município, beneficiando a população com ações concretas e melhorias nos serviços públicos.

"Seguimos firmes, trabalhando por mais conquistas para nossa gente", destacou o prefeito Tião Pinto, reforçando o compromisso da gestão com o desenvolvimento do município.

A liberação dessas emendas representa mais um passo importante para a continuidade das ações estruturantes em Frei Martinho, refletindo a união de esforços entre o poder executivo local e os representantes estaduais.

segunda-feira, 16 de junho de 2025

Padre Edjamir Sousa Silva: – O Filho nos deu a conhecer

 


Depois de termos celebrado os mistérios de Jesus (Paixão, Morte e Ressurreição), o derramamento do Espírito Santo na Igreja, hoje celebramos a identidade de Deus: Uno e Trino. A história humana (história de salvação) desde a suas origens tem sido lugar da revelação de Deus. 

Na 1ª Leitura (Provérbios 8, 22-31) a sabedoria toma a Palavra: “Desde a eternidade fui contada. Ainda não havia os abismos (...), eu fui dada a luz”. A sabedoria fala de si mesmo na anterioridade do tempo e das coisas. Este texto une duas pontas: Gênesis (1-2) e o Prólogo do Evangelho de João: “No principio existia a Palavra, e a Palavra estava junto de Deus. E Deus era a Palavra. No principio  ela estava junto de Deus. Tudo foi feito por meio dela e sem ela nada foi feito (...). O que estava nela era a vida. E a vida era a luz dos seres humanos (....). Ela, porém deu o poder de se tornarem filhos de Deus à todos os que a receberam (...). E a Palavra se fez carne e armou sua tenda entre nós. Ninguém jamais viu a Deus, mas o Filho único, que estava junto do Pai, o revelou a nós” (Jo 1, 1-4. 12. 14-18).

No livro de Jó Deus faz uma pergunta: “Onde você estava quando coloquei limites ao mar? Até aqui você vem e não passa”. A sabedoria diz: “Eu estava lá para que as águas não transgredissem a sua ordem e lançava os fundamentos da terra. Eu estava ao seu lado como mestre de obras (...)” (cf. Jó 38, 4-4,1, 4). À luz do Novo Testamento se pode dizer que esta presença de Jesus que é a Palavra eterna, por meio de quem o Pai criou todas as coisas. (cf. Jo 1,3).

A Palavra, a Sabedoria, o Logos não é um texto/livro, mas uma Pessoa que é princípio harmonizador de todas as coisas, estava ao Seu lado e era o Seu encanto, que brincava com as criaturas (cf. Pv 8, 23. 27. 30-31. Sl 104(105), 25-27).

Os santos padres Capadócios (São Gregório Nazianzeno, Basílio e Gregório de Nissa) entendiam a Trindade não de forma estática, mas ativa como numa dança (perí= ao redor/ Chóreo= dançar) para dizer que as três Pessoas estavam numa perfeita harmonia, como se tivesse dançando e brincando com as criaturas. Eles não estavam dialogando na eternidade, mas na superfície da terra: dançando e se alegrando com os filhos de Adão. Ele vem de Deus e se alegra com os filhos de Adão. É a dança do Deus-amor. Para eles, para entender a Deus é preciso entrar nesse movimento.

No evangelho de João, Jesus afirma que “ninguém jamais viu o Pai, mas só o Filho que veio de Junto do Pai" (1, 18). O Novo Testamento vai muito além do Antigo Testamento ao afirmar que, sendo um único Deus (em natureza), há três pessoas (na mesma natureza divina) que se relaciona e se manifesta numa perfeita harmonia: O Pai Criador, o Espírito Santificador que nos falou pelos profetas e o Filho Encarnado que nos revelou o Mistério da Sua Glória.

Em toda a criação esta presente as digitais do Deus Uno e Trino. A sabedoria que está junto de Deus é a mesma que vem brincar conosco.   

O Salmo 8, 6-9 canta as maravilhas de Deus: “Quando vejo os teus céus, obras dos teus dedos, a lua e as estrelas, as coisas que criastes, que é o ser humano para que dele lembrares e um Filho de Adão, que venha visita-lo?”.  O cântico sálmico parece muito com a imagem de um homem das cidades do interior contemplando a beleza da criação.

“que é um mortal (...), que fizeste um pouco menos do que um deus, mas coroastes de glória e beleza para que domine as obras de tuas mãos sob os teus pés tudo o colocastes” (Salmo 8, 5a. 6-7). O Ser humano é apresentado aqui como uma obra importantíssima constituído pastor da criação. Estar acima da criação não significa usurpar para destruir, mas para cuidar. Estamos no mundo, entre as criaturas, mas com um principio espiritual: cuidar dela.

Conscientes do que somos isso nos dá a responsabilidade de cuidar da obra de Deus. Vale apena, aqui, recordar o diálogo pascal entre Jesus e Pedro: “Pedro, tu me amas? Apascenta as minhas ovelhas” (Jo 21, 15-22).  O Criador sujeitou a criação aos cuidados nossos. Somos sacramentos da presença de Deus.

Em Romanos 5, 1-5. Paulo nos fala da esperança que não decepciona. Este é o texto que o papa Francisco escolheu para o ano jubilar: Peregrinos da Esperança: “Justificados pela fé, estamos em paz com Deus, por Nosso Senhor Jesus Cristo”.

Já tivemos a oportunidade de exortar em nossas homilias/catequeses que Deus, em Jesus, estabeleceu a relação adequada de se relacionar com Ele: “Foi em Cristo que Deus Pai nos escolheu para sermos Nele (....)”. (Ef 1, 4-5). Jesus é o lugar teológico do encontro com o Pai. Não é mais o Templo, mas o templo de Sua Encarnação/Seu Corpo, isto é, sua existência, que nos faz compreender a Revelação do Pai (cf. Jo 1, 18) e a nossa comunhão com Ele.

“Antes éramos inimigos, mas Nele se estabelece a paz” (Rm 5, 10ss). A graça da amizade e da paz, com Deus, foi nos dada em Jesus Cristo (cf. 2Tm 1, 2-14). É nesta esperança da amizade com Jesus que nos gloriamos.

No horizonte da esperança, não mendigamos as glórias humanas, mas nos sustentamos na glória de Jesus Cristo. Distante das glorias humanas, nos gloriamos até mesmo nas nossas tribulações, como é descrito nas Bem aventuranças (cf. Mt 5, ).

Curiosamente, as tribulações tendem a gerar uma constância, perseverança e persistência como uma virtude comprovada que faz nascer a esperança. No caminho, vamos percebendo que a esperança não decepciona. E sabe porque? “Porque o ágape de Deus foi derramado em nossos corações, pelo Espírito Santo.” (Rm 5,5). A esperança nos ensina que somos homens novos dentro de um mundo velho.

Em João 16,12 Jesus diz: “Tenho ainda muitas coisas a dizer-vos”. O amigo Jesus tem ainda muitas coisas a dizer. Estas coisas são aqueles que um bom amigo dará a prova de uma boa amizade, dizer as coisas do Pai. Mas, parece que os discípulos/amigos não podem suportar agora de ouvi-las.

A linguagem simbólica da revelação é pedagógica, segue um caminho de pequenas indicações de um caminho, com capacidade crítica, mas é preciso continuar a Revelação dentro do principio do caminho da vida sob a guia do Espírito. O Mistério não se esgota numa única explicação, homilia, pregação, catequese. Ás vezes, pregamos, mas é no caminho que as pessoas vão entendendo a força daquilo que ouviram. E os frutos que cada um dá, vai dizer o que entenderam. Por isso, dizemos, História da Salvação.

No Espírito de Cristo, dizemos que a paz é um dom do alto, mas quantos de nós ainda não descobrimos que é fundamental viver e estabelecer a paz para que a vida aconteça. Parece que só sabe o valor que tem a paz as pessoas que já passaram e sofrem com as tiranias das guerras e ditaduras. Quem vive a semear o ódio, a discórdia, a perseguição e exclusão e a morte das pessoas e da obra de Deus não é capaz de compreender em profundidade a obra de Deus. SERÁ QUE ESTAMOS CONVENCIDOS DISSO?

“O Espirito vos ensinará tudo o que é meu” (Jo 16,14). Jesus dá aos seus amigos, por meio do Espírito, tudo o que recebeu do Pai. É um círculo muito bonito de comunicações e amor que somos incluídos nele. Esta mesma dinâmica que ocorre dentro da Trindade (como perfeita comunidade) e que nos envolve, também nos ensina a nos envolver com a dinâmica e círculos de comunicações com o outro que também é obra de Deus. Essa é a nova dinâmica e ponto ideal: “Vós sois todos irmãos” (Mt 23,8).

Só temos acesso ao Mistério por que nos foi revelado e o caminho do conhecimento do Mistério é o amor.

Boa Semana. 

Edjamir Silva Souza

Padre e Psicólogo

sexta-feira, 13 de junho de 2025

Pe. Emanuel Augusto é nomeado para Paróquia Nossa Senhora dos Desterro em Baraúna

 


O bispo diocesano de Campina Grande, Dom Dulcênio Fontes de Matos, anunciou nesta sexta-feira, 13 de junho, por meio da Carta Circular 05/2025, a nomeação do padre Emanuel Augusto de Souza Leite como novo administrador paroquial da Paróquia Nossa Senhora do Desterro, que abrange os municípios de Baraúna e Sossego.

Pe. Emanuel assume a missão de conduzir os trabalhos pastorais e espirituais da paróquia, sucedendo o padre Henrique Gustavo, que passará por um período de estudos na Itália.



A data da posse será divulgada em breve pela Diocese de Campina Grande.

Portal da Serra de Cuité

domingo, 8 de junho de 2025

Padre Edjamir Sousa Silva: - No dom e na força do Espírito

 


Com esta liturgia concluímos o Tempo da Páscoa, mas ainda continuamos a contemplar os sinais da presença do Ressuscitado. No dom do Espírito comemoramos as promessas realizadas em Jesus Cristo, o nascimento da Igreja e o surgimento de uma nova eclesiologia baseada não na Lei de Moisés, mas na ação do Espírito Santo.

A eclesiologia que nasce no dom do Espírito tem sua origem com os profetas. Isaías fez referências indiretas à vinda do Espírito Santo descrevendo-O como força divina que repousaria sobre o Messias para capacitá-Lo a cumprir Sua missão (cf. Is 11, 22. 61. 1-3. 44,3. 42. 1). E aos seus seguidores com dons espirituais para o cumprimento das promessas de Deus e a realização da salvação.

A vinda do Espírito é, ainda, descrita pelos profetas: Ezequiel (39,29) e Zacarias (12, 10). Essas profecias declararam que o Espírito Santo seria dado para a restauração, comunhão e consolo do povo de Deus.  Agora, vejamos o seu cumprimento…

No evangelho de Lucas o Espírito Santo é muito atuante: No cap. 1, 35, o anjo diz a Maria que o Espírito Santo vira sobre ela e o Poder do Altíssima a cobrirá, pois nela nascerá o Filho de Deus. No cap. 3, 21-22, Jesus é batizado, o céu se abre, o Espírito Santo desce sobre ele na forma de uma pomba, e uma voz do céu diz: “Tu és meu Filho amado, em ti me agrado” (cf. Mt 3, 13-17. Mc 1, 9-11). No cap. 4, 18-30, Jesus aplica sobre si a ação do Espírito e a sua força missionária. É a confirmação que o Messias chegou.

Em João (1 ,32-34), João Batista testemunha que viu o Espírito descer sobre Jesus confirmando que ele é o Filho de Deus. Em João (20, 19-23), Jesus envia o Paráclito à Igreja nascente. O Espírito Santo é essa “força do alto” que libera energia de amor.

Em Atos (2, 1-36) encontramos a comunidade reunida, sobre a qual vem o Espírito Santo e, em seguida, Pedro fazendo um discurso como programa missionário. Desse modo, Pentecostes, deve ser lido à luz do Pentecostes de Jesus (cf. Lc 3, 21-22. 4,14-30.Jo 1,32-34). Animados pelo mesmo Espírito que ungiu Jesus, a Igreja anuncia Jesus – Vivo, Senhor e Cristo – seguindo o mesmo programa messiânico dele.

“Creio no Espírito Santo” essa é a nossa resposta às profecias quando solenemente proclamamos a nossa fé na ação do Espírito de Deus. Desde o início, crer e testemunhar são a identidade de nossa fé: “Recebereis a força do Espírito Santo e sereis as minhas testemunhas (…) até os confins da terra”(At 1, 8).

É na força do Espírito que acontece a capacitação dos evangelizadores e o anúncio é feito (cf. 1Cor 12,4s). Mas, tenhamos cuidado, pois Pentecostes não é um evento da espiritualidade de um único grupo, mas ação de Deus na vida de toda a Igreja. Não cometamos o mesmo erro de um evangelizador que, certa vez, rezando o terço da misericórdia com alguns devotos diante do sacrário, dizia ao seu público: “graças a Deus que a Igreja no Brasil abriu as portas para a espiritualidade de nosso grupo. Nosso grupo vai salvar a Igreja” (Sic). É importante dizer aos que alimentam tal presunção que JESUS JA NOS SALVOU.

Foi por causa dessas especificidades que o apóstolo Paulo escreveu: “Quando alguém diz: ‘Eu sou de Paulo’, e outro diz ’Eu sou de Apolo’, não está agindo meramente com critérios humanos? Afinal de contas, quem é Apolo? Quem é Paulo? Apenas servos por meio dos quais vocês vieram a crer (…). É Deus quem dá o crescimento” (1Cor 3, 4-6). Portanto, “ninguém se glorie nos homens, pois vocês são de Cristo e Cristo é de Deus” (v. 21-23).

“O Espírito sopra onde quer” (cf. Jo 3,8), mas sempre em coerência e consonância com a Boa Nova do Reino. Contudo, é aos mais fracos e excluídos que o Espírito se torna fortaleza e defensor. O Espírito continua sem cessar presente no mundo, mesmo enfrentando resistências.

“Veio do céu um forte barulho, como uma ventania, e encheu a casa” (Atos 2, 1-4). Vento e fogo lembram as manifestações de Deus no Antigo Testamento, particularmente no episódio da conclusão da Aliança (cf. Ex 14,21. 19,18). O que encheu a casa não foi o vento, mas o som/voz. E o que será que esta voz disse naquela casa?

O fogo lembra o episódio da Aliança de Deus com Abraão quando entre os animais passava o fogo devorador (cf. Gn 15,17-18). Depois, quando Deus se manifestou a Moisés na sarça ardente (cf. Ex 3,2). Outro episódio se deu com o Elias ao subir aos céus dentro de um redemoinho numa carruagem puxada por cavalos de fogo (cf. 2Rs 2, 10-20). João Batista diz que ele batizava com água, mas viria alguém que batizaria no Espírito e no fogo (cf. Mt 3, 11. Mc 1, 7. Lc 3,16). Jesus disse que veio trazer fogo sobre a terra para a purificação dos pecados (cf Lc 12, 49). É a ação de Deus na vida do povo.

Casa reunida é o lugar da manifestação de Deus. É a eclesiologia do Novo Testamento que acontece em tons de familiaridade (cf. Jo 15,15). Uma família unida, uma comunidade unida, casa de irmãos, escuta a voz do Senhor e recebe o dom do Espírito (cf. At 2, 3-4).

Receber o dom do Espirito é receber a diversidade de dons e carismas que sustentam a unidade da casa (cf. 1Cor 12, 4-20). A comunidade é composta de muitos membros cheios de dons para o serviço do Reino de Deus.

“Falava em nossa própria língua” (At 2, 6-8). É a dimensão comunicativa. O Espírito Santo capacita cada um a declarar, depois do silêncio e portas fechadas, com sua própria boca a sua fé em Jesus Cristo. É fundamental uma linguagem audível e forte na pregação do Evangelho a todas as nações. Deus procura a melhor maneira de se comunicar com todos e faz os seus usarem a melhor linguagem.

“Confusão e admiração (…).” Este episódio difere das reações do episódio da Torre de Babel. Em Babel, na uniformidade, ninguém se compreendia mais e não havia harmonia (cf Gn 11,7-9), mas aqui, na diversidade (cf. At 2. 5 6) o espanto se refere pela compreensão e a harmonia (cf. At 2, 8).

Na eclesiologia do Espírito, o Senhor quer a unidade respeitando a diversidade. Enquanto que a lei tenta uniformizar e enquadrar o Espirito une por outra via: a unidade na diversidade.

Anunciar o evangelho é a principal profecia que se realiza no Espírito. E cada membro da Igreja há de declarar ao mundo quem é Jesus: em Jesus somos perdoados e amados. E com o Espírito, dizemos: “Vem, Senhor Jesus!”.

Boa semana!

Edjamir Silva Souza

Padre e Psicólogo