domingo, 9 de novembro de 2025

Padre Edjamir Silva Souza: – A vergonha do templo

 


Nossa fé, que nasceu da Sagrada Escritura, dos ensinamentos da Igreja, da tradição eclesial e também familiar, nos assegura que Deus nos acompanha em todos os lugares em que estamos.

A casa é um lugar de refúgio e de alegria, onde a família se reúne para mostrar afetos, apoio, partilha dos os dons da vida, partilha da refeição e aprofundar os laços. É lugar onde a existência de cada membro se expande seu “ser”. É o lugar, por excelência, de acolhimento das diferenças. 

A Igreja é a casa de Deus onde Ele acolhe seus filhos para fazer todas as mesmas coisas de uma família. No edifício da Igreja, Deus reúne os seus filhos dispersos e nos fala através da liturgia da Palavra, nos da a graça dos sacramentos e, em especial, nos alimenta com o Pão do Céu, que nos fortalece na esperança e no anúncio de “um novo céu e uma nova terra” (Ap 21, 21). Diz uma bela canção: “em sua casa, somos felizes, participamos da ceia do amor” (Irmã Míria T. Kolling).

A Igreja é o símbolo de um mistério mais profundo que a ponta para o nosso ser construído como templo vivo para que Deus habite nele: “Não sabeis que sois o Templo de Deus e que o Espírito Santo de Deus habita em vós? Se alguém destruir o Templo de Deus, Deus o destruirá. Porque o templo de Deus é sagrado – isso sois vós” (1Cor 3, 16-17).

Considerando tudo isso, busquemos entender o significado da festa litúrgica neste domingo: A DEDICAÇÃO DA BASILICA DO LATRÃO. É a Cátedra de Roma de onde Pedro (e seus sucessores) preside na caridade a diocese de Roma e as outras igrejas no mundo. É dessa basílica que emanam os rios das águas do cristianismo, levando fé e fertilizando o mundo, alimentando a vida de fé dos crentes e animando a esperança dos que crêem, como bem profetizou Ezequiel (47, 1-2. 8-9. 12). 

A comunidade eclesial, na figura de seu templo, é a representação mística daquilo que dizia Paulo: “Ele é a cabeça e nós somos o corpo” (1Cor 12, 27). Sendo Cristo a cabeça, Ele é maior do que o Templo feito de pedras. Jesus é o lugar de encontro, por excelência, entre Deus e os homens. JESUS É O CENTRO DA IGREJA E NÃO HÁ OUTRO.

O evangelho de hoje (João 2, 13-22) fala da profanação do templo de Pedra, casa de oração e ponto de encontro fraterno entre os irmãos. Ao transformar a casa de Deus num balcão de negócios, as lideranças religiosas, desrespeitaram a casa de Deus. Contra isso, Jesus se irrita e decide por um fim expulsando os mercadores da fé (cf. Jo 2, 19-21).

O Templo, Corpo de Deus, pode ser entendido como o próprio Cristo (cabeça e corpo da Igreja), pode ser entendido também na perspectiva do Templo de Jerusalém (profanado pelos mercenários da fé), na perspectiva da comunidade que não representa mais os interesses do Reino, como também do próprio corpo (como ensinou Paulo que o corpo é templo do Espirito Santo (1Cor 3, 9c-11. 16-17).

Neste Templo (Cristo/templo de pedra/comunidade/pessoa) quem vai adorar a Deus aprende a amar o próximo, pois “quem diz que ama a Deus não ama o próximo é mentiroso” (1Jo 4, 20-21), pois todos somos moradas do Altíssimo. Quem frequenta a comunidade eclesial tem o dever de aprender a respeitar o sagrado que está também está em cada pessoa. Quando não se observa isso é preciso a SANTA INDIGNAÇÃO.

Certa vez, disse Santo Agostinho: “A esperança tem duas filhas lindas, a indignação e a coragem; a indignação nos ensina a não aceitar as coisas como estão; a coragem, a mudá-las”. Ao ler esta frase não imaginamos que Agostinho viveu uma fase de grande ceticismo e incredulidade. O maniqueísmo e hedonismo não satisfaziam as pessoas e elas sentiam-se desamparadas na busca por compreender e mudar a vida. É possível que estejamos vivendo novos tempos que rememoram antigos problemas.

O evangelho de Lucas que temos lido este ano (como outros textos do NT) nos ensina que a esperança gera pessoas inquietas e sonhadoras que rompem com as frequentes ideologias de fechamento, enrijecimento, endurecimento do coração, pois a Palavra de Deus é Logos libertador.

A esperança é uma virtude intervencionista que indica o sentido do compromisso com o Reino de Deus com a vida do ser humano (a santidade, a graça, a justiça e a paz). Por isso, a esperança nos faz abraçar grandes ideais. Ela abre o coração do ser humano à ousadia do amor que transcende às coisas mais belas e sublimes da vida superando as coisas secundárias (cf. Lc 21 5-6).

Diante do Templo de Jerusalém, com um chicote nas mãos, Jesus denuncia que é preciso trazer de volta, para o centro da vida eclesial, o anúncio do Reino de Deus. O chicote é vergonhoso, mas traz libertação. Como diz o apóstolo Paulo “é a fraqueza que se reencontra o caminho da graça (cf. 2Cor 12, 7).

É comum escutar que em nossos dias as pessoas caíram no consumo do sagrado. Mais uma vez voltamos ao fascínio das pedras preciosas, aos anseios de prestigio e poder que se sobrepõe ao ANUNCIO DO REINO DE DEUS.

O psiquiatra, psicanalista, escritor e professor titular da UERJ Jurandir Freire Costa, comentando a obra chamada A IDELOGIA DA VERGONHA E O CLERO DO BRASIL, do pesquisador e escritor Willian Castilho, ele diz que em muitas comunidades (da igreja no Brasil) tem se refugiado NUMA CAVERNA DE PLANTÃO EM SUA VERSÃO NARCÍSICA, isto é, distante de um reto caminho do genuíno cristianismo que prega ao próximo, como encarnação do amor a Deus. E lembra aquilo que dizia Santo Agostinho: “vaidade não é grandeza, mas inchaço”.   

O evangelho de hoje recorda aquilo que cantou Geraldo Vandré: “O poder que cresce sobre a pobreza e faz dos fracos, riquezas”. Desde os primórdios do cristianismo a religião desponta como uma experiência de fé dos pobres, ou seja, os pobres constituem a fração privilegiada que seguiram os ideais de Jesus (cf. Mt 5). O chamado de Jesus foi escutado por homens rudes, simples pescadores e inúmeras mulheres suspeitas. O psicanalista espanhol Carlos Domingues Morano: “Jesus arquitetou o Reino de Deus com o rosto humano: o cego de nascença, a prostituta, a viúva e o impuro leproso”.

Jesus sabia que a revolução do amor que ele veio instaurar não começa com a burguesia, mas com os pobres, os simples, os humildes, os excluídos. E é Ele mesmo quem nos pergunta hoje se em nossas comunidades há espaços para estes pequeninos ou vivemos cercados de pessoas e lideranças que não se misturam e nem respeitam os que Jesus colocou no centro do evangelho.

O Reino de Deus tem rosto de tudo o que se exclui socialmente: crianças abandonadas, pessoas de diferentes orientações afetivas e sexuais, mulheres violentadas, negros, sem terra, sem trabalho e imigrantes excluídos. O apóstolo Paulo (1Cor 1, 26) a respeito dos seguidores de Jesus, diz textualmente: “não há entre vós muitos sábios, nem muitos poderosos, nem muitos de família nobre”.

Jesus se coloca mais uma vez, diante das nossas comunidades/ templo com um chicote nas mãos para afugentar não só os que fazem da igreja um balcão de negócios financeiros, poder e prestígios, mas também para expurgar as ideologias de grandeza e a velha mentalidade burguesa que não nos permite ver o outro como irmão.

Ainda rege, fortemente, entre nós a ideia de que os que seguem Jesus são pessoas bem sucedidas na vida, ricas, de uma determinada cor de pele, de gênero, etc. Como não ficar indignado quando ouvimos uma pessoa ser insultada por sua condição sexual, social, de gênero, de cor ou expressão de fé, inclusive dentro de nossas comunidades cristãs.

Recordemos, irmãos, que somos templos de Deus e não um clubinho social onde as pessoas se instalam em Área Vip, Pista Premium, Camarote, Frontstage. Somos Casa do Altíssimo onde as pessoas valem mais do que as pedras preciosas do Templo.

 

Paz e Bem!

Edjamir Silva Souza

Padre e Psicólogo

sábado, 1 de novembro de 2025

Finados: Um Momento de Saudade e Reflexão





Flauberto Fonseca 

Quando nos debruçamos sobre os mais variados temas, sempre buscamos ter em primeiro plano o cuidado de não ofender ou de criar mecanismos de subjugação. Entre os muitos, destaco o Dia de Finados, em razão de ser uma data deveras revestida de vários sentimentos.

Lá na distante França, no ano de 998, do século X, São Odilon, que era um abade beneditino da Abadia de Cluny, instituiu o dia 2 de novembro como meio para que todos rezassem por todos os fiéis católicos falecidos, um feito que posteriormente foi oficializado pela Igreja Católica como uma importante data e única para que todos pudessem reverenciar os mortos.

Um dos temas mais delicados é a morte e tudo o que ela representa no universo humano. Quando chega o Dia de Finados, entre nós, temos momentos de muitas saudades e das mais variadas lembranças de entes queridos e todos os valores que eles representaram com suas presenças entre nós.

A frase mais comum e usual que vez por outra escutamos na passagem de alguém de nosso dia a dia é: "É vida que segue". Como podemos dar uma conotação tão simplória ao passamento de alguém que em vida foi uma referência exemplar, um infindável caminho e um farol de pleno firmamento?

É latente que, na cultura ocidental, a vida é o suprassumo em todos os sentidos. Aí, quando trazemos ao campo da religiosidade, mergulhamos em um universo de discussão sem fim.

Temos ainda os mecanismos do tabu e de todas as suas vertentes, que são inacessíveis quando tratamos da perda de pessoas de nossa comunidade e da convivência diária. Aí, quando tratamos da perda de familiares, nos falta chão para a aceitação de tamanha fatalidade.

Eu, em particular, quando entro em um  cemitério, não só no Dia de Finados, mas em outras datas, me revisto dos mais variados sentimentos, que vão de perda até ao pleno respeito a todos que em matéria habitam aquele espaço.

Na minha visão, é importante a imposição do respeito aos que já não estão entre nós e o que eles e elas muito representaram e ainda representam ao conjunto da história de nosso município, cidade e sociedade. 

É salutar termos em mente que, no plano em que se encontram, são iguais, independentemente de seus suntuosos jazigos e da quantidade de flores e velas acesas como símbolos de luz a guiar os seus caminhos.

Sempre devemos ter em mente que olhamos para o Campo Santo como um lugar onde repousa a história de nossa cidade e de nosso povo e de todo o seu poder de representatividade, que dá continuidade ao nosso dia a dia. 

Cada visitação individual e silenciosa nos concede uma observação analítica da vida e de toda a sua essência e o que nos fortalece no aguardar de nossa futura passagem.

Por 
Flauberto Fonseca 

sexta-feira, 31 de outubro de 2025

Cuité sedia etapa do Campeonato Paraibano de Motocross nesse final de semana




A cidade de Cuité, no Curimataú paraibano, será sede da 8ª etapa do Campeonato Paraibano de Motocross, o MX Cuité 2025, nesse final de semana, nos dias 1º e 2 de novembro. A competição, uma das maiores da modalidade no Nordeste, reunirá pilotos de diversos estados em disputas marcadas por muita adrenalina e emoção.

O evento é uma realização da Federação Paraibana de Motociclismo (Fepamo), com patrocínio da Prefeitura de Cuité e apoio da Secretaria de Esportes e promete movimentar a economia local, atraindo competidores, equipes e turistas para a cidade.

A disputa acontecerá em uma pista especialmente montada no bairro Antônio Mariz. No sábado (1º), os treinos começam às 13h, com largada às 15h40. Já no domingo (2), os treinos terão início às 8h, e as provas começam às 11h.

Serão 18 categorias em disputa, contemplando desde pilotos iniciantes até profissionais, além das modalidades femininas e infantis. As categorias incluem: MX1, MX2, MX3, MX4, MX5, MX Master, MX Intermediário, MX Júnior, Nacional Open, Nacional 230/250, Nacional Pró, Nacional 125/230, Nacional Intermediário, Regional e Trilheiro, entre outras.

Prêmios - No total, mais de R$ 20 mil em prêmios serão distribuídos entre os vencedores, além de troféus para os dez primeiros colocados de cada categoria.

O prefeito Caio Camaraense destacou a importância do evento para o município. “É uma grande oportunidade de mostrar o potencial de Cuité no cenário esportivo, movimentar a economia local e incentivar a prática de esportes entre jovens e crianças. Estamos felizes em apoiar o MX Cuité 2025 e em receber pilotos de toda a região”, comentou.

segunda-feira, 27 de outubro de 2025

Vereadoras de Cuité participam da 3ª Conferência Nacional de Vereadoras em Brasília

 



As vereadoras Marina Venâncio (MDB) e Marcela Melo (PDT), do município de Cuité, participaram da 3ª Conferência Nacional de Vereadoras, realizada em Brasília entre os dias 21 e 24 de outubro. Elas estiveram acompanhadas da diretora da Casa Manoel Felipe dos Santos, Márcia Tavares.

Durante o evento, que reuniu parlamentares de todo o país, as vereadoras participaram de palestras, debates e oficinas voltadas para o fortalecimento da atuação feminina na política. A Conferência tem como objetivo promover o diálogo, a capacitação e a troca de experiências entre mulheres que exercem mandatos legislativos, discutindo os desafios e as oportunidades para ampliar a representatividade feminina nas câmaras municipais.

Além da programação da Conferência, as vereadoras aproveitaram a ida à capital federal para articular ações e apresentar demandas do município de Cuité junto à bancada paraibana.

A vereadora Marina Venâncio (MDB) visitou os gabinetes do senador Veneziano Vital do Rêgo (MDB) e do deputado Ruy Carneiro (Podemos), levando solicitações voltadas ao desenvolvimento do município. Já a vereadora Marcela Melo (PDT) esteve no gabinete da senadora Daniella Ribeiro (PSD), também apresentando pleitos em benefício da população cuiteense.

Portal da Serra 


domingo, 26 de outubro de 2025

Padre Edjamir Silva Souza: - Aos quem confia na sua própria justiça e desprezam os outros

 


Os discípulos caminham com JesuS. O caminho é o lugar teológico da manifestação de Deus, mas também é o lugar onde se aprende a ser discípulo do Reino. A certa altura do caminho Jesus quis propor aos discípulos uma lição sobre “orgulho” e “arrogância”, um problema sério que Ele viu entre aqueles que se diziam “pessoas de igreja”.

No caminho, Jesus tem ajudado o discípulo a refletir: como viver melhor a relação com Deus? Como orar/rezar? Como viver na vida eclesial? Como testemunhar Deus? Como viver em sociedade? Essas questões e muitas outras são iluminadas pelos textos da Liturgia da Palavra proposto para este domingo (Eclo 35,15b-17. 20-22a/2Tm 4, 6-8. 16-18/ Lc 18, 9-14). 

Em primeiro lugar, é preciso dizer que Jesus nos apresentou o amor de Deus que não é atraído pelos méritos das pessoas, mas simplesmente porque o seu amor é gratuito. Deus nunca se importou com as aparências (cf. Atos 10, 2) nem com o esteticismo ou modinha religiosa (cf. Mt 23, 5), mas simplesmente a vida do povo (cf. Hb 2,16). Quando oramos é com este Deus que nos relacionamos.

O tema da oração, mas uma vez, retorna a Liturgia da Palavra. E dessa vez, o evangelho nos ensina que a oração confiante e persistente deve está desprovida de presunção, mas acompanhada de humildade (Lc 18, 9-14), isto é, simplicidade, pequenez e descentralização de si para “compreender uma vida maior do que o próprio eu”.

Domingo passado dizíamos que quando ajoelhamos para rezar/orar fazemos isto no chão da história. Hoje, dizemos que quando oramos levamos a nossa maneira de ser conosco. Muito mais do que a repetição de muitas palavras, Deus percebe a maneira como nos apresentamos diante Dele (cf. Salmo 8. 44(45). SL 138 (139), 6. Sl 149(148, 4. Lc 1, 44-55. Mt 8, 5-13).

A parábola de hoje é uma alfinetada aos que estão inchados de presunção se considerando justo demasiadamente e desprezando os outros (Lc 18, 9). É A MISERICÓRDIA DESMONTANDO A ARROGÂNCIA.

As formas de oração do fariseu e do publicano se tornaram motivo de reflexão, para compreendermos aquilo que agrada a Deus e qualifica a vida de um cristão. De um lado, o fariseu centrado em si. Ele transforma a sua oração em uma grande demagogia: fala muito, acusa muito, só os outros são errados. É um oportunista que aproveita a fragilidade dos outros (v.v. 11-12). Do outro lado, o publicano que usa poucas palavras, tem uma visão modesta de si, não tem olhar altivo, pede ajuda e perdão (v.v. 13-14).

Quem eram os fariseus? Era um grupo de leigos com bastante influência entre o povo. Em hebraico e aramaico o termo fariseu significa= os separados. Possivelmente eles recebem este nome por sua tendência a se afastarem da vida social a fim de evitar o povo sem instrução da Lei, contato com toda a impureza, formando uma comunidade de vida separada com o proposito de viver a radicalidade da Lei de Moisés.

O historiador Flávio Josefo diz que, no tempo do Rei Herodes, eles eram uma comunidade com 6 mil membros. Eram descendentes dos “hassidim”. Defensores intransigentes da Lei, pois acreditavam que se eles cumprissem fielmente a Lei o Messias chegaria para trazer a libertação.

Levavam um estilo de vida com muitos escrúpulos: pagavam o dizimo das coisas minuciosas com muita fidelidade, seguiam muitos rituais de limpeza (cf. Mc 7, 3ss. Mt 23,25ss. Lc 11,39ss), se enfeitavam de religião para serem vistos (cf. Mt 23, 3ss), exploravam os vulneráveis e para disfarçar faziam longas orações (cf. Mt 23,  15), jejuavam duas vezes por semana (cf. Lc 18, 12). No Talmude, eles rezam uma oração parecida com o texto de hoje: “Agradeço-te, Senhor, meu Deus, porque me fizestes participe daqueles que sentam na casa do ensino e não daqueles que se sentam nas esquinas das ruas; pois eu saio cedo, e eles saem cedo; eu saio cedo para encontrar-me com as palavras da Lei, e eles saem cedo motivados por coisas vãs. Eu me esforço e recebo recompensa, e eles se esforçam e não recebem recompensa. Eu corro, e eles correm; eu corro rumo à vida do mundo futuro, e eles correm para a fossa da ruína” (Talmude Babil., Berakot 28b).   

Essa ideia de “piedosos cumpridores da lei” contribuía para criar uma sensação de que o povo era pecador, indignos, desprezíveis, ignorantes, formando pessoas oprimidas por uma ideologia de uma elite religiosa que se achava perfeita.

Como se não bastassem as ideologias econômicas e politicas que criavam rupturas entre as pessoas (cf. Amos 6, 1a. 4-7. 8, 4-7. Lucas 16, 1-13) a classe religiosa de Israel aumentava ainda mais este fardo pesado: “puros” e “pecadores”.

Curiosamente, em nossos dias, as elites politicas e econômicas fizeram crescer determinados setores do cristianismo (algumas denominações religiosas) e, conjuntamente, levantam bandeiras ideológicas para sustentar esses velhos esquemas de poder que o próprio Jesus disse: Basta com isso!. NÃO É POR ACASO QUE O MARKETING RELIGIOSO DAS RELIGIÕES DE MERCADO COLOCA MUITO MAIS EM EVIDÊNCIA UM POLITICO E UM ARTISTA QUE “DIZ SE CONVERTER” do que um pobre que disse “Jesus mudou a vida de meu povo”. FOMOS ARRASTADOS POR ESSE DISCURSO.

A parábola de hoje é um denúncia de que os fariseus se colocavam diante de Deus a partir de um construto ideológico de que nós somos “justos e puros” e os outros “pecadores e corruptos”. VOCÊ CONSEGUE PERCEBER AS SEMELHANÇAS COM ALGUMA COISA DE NOSSOS DIAS?

Jesus considerou a imensa dificuldade de mover estas montanhas ideológicas dos fariseus, inclusive disseminada no meio do povo. Mover essas fixações ideológicas travestidas de religiosidade é muito difícil. Eles se consideram absolutos: “Eu te agradeço porque não sou como os outros que são ladrões, injustos, adúlteros...jejum duas vezes por semana e pago o dizimo” (Lc 18. 11-12).

“Desprezar os outros” (v. 9). Na liturgia e na vida eles vivem dentro de uma bolha que não se sentem “com os outros”. Na liturgia  querem ser modelos de piedade e estreita relação com a lei; na vida, querem ser chamados de “cidadãos de bem”. A hipocrisia deles fez Jesus falar e agir com dureza contra eles. Jesus ensinou ao povo simples que não seguissem essa gente (cf. Mt 23), não fossem como eles (cf. Lc 12, 1ss) e que não tivessem medo de enfrentar esse mar bravio (cf. Mt 14, 27-31) para viver o evangelho, pois estes não agradam a Deus.

“Desprezar os outros” (v. 9). A nossa relação com Deus deve qualificar a nossa vida. Em nossa cultura a ideia de “qualidade de vida” está muito atrelada ao fator econômico e aquela ligeira sensação de que pertencemos a um clubinho religioso e a uma família que se distingue por ser melhor que os outros.  

“Desprezar os outros” (v. 9). Quantos de nós temos mais de 10, 20, 30...anos de vida de igreja e ainda não aprendemos a respeitar os outros por sua cor, raça, gênero, condição social. Percebendo ou não estamos reproduzindo os mesmos esquemas ideológicos daqueles que Jesus chamou de hipócritas, raça de víboras e dissimuladores (cf. Mt 12, 34).

“O perfeito louvor vos é dado pelos lábios dos mais pequeninos”. (Salmo 8). Quem ora/reza faz isso na graça Daquele que nos justifica diante de Deus, Jesus. Quem ora/ reza deve melhorar o seu conceito de justiça para não repetir o conceito de justiça dos fariseus (cf. Mt5, 20). Cuidado que as falsas piedades/moralismos não agradam a Deus. Portanto, COMO TEMOS NOS  COLOCADO DIANTE DE DEUS E DOS OUTROS?

Boa semana!

Edjamir Silva Souza

Padre e Psicólogo

sexta-feira, 24 de outubro de 2025

Aluna do campus de Cuité da UFCG conquista 3º lugar em simpósio internacional

 


A aluna Myrelle Elias Costa, do curso de Farmácia do CES, conquistou o 3º lugar na categoria Best Poster Award durante o The Eighth International Symposium on Environmental Biotechnology and Engineering (ISEBE 2025), realizado entre 20 e 24 de outubro em Recife (PE).

O pôster apresentado, intitulado:
"Optimization of Aerobic Bioremediation of Diesel-Contaminated Sandy Soil Using Pseudomonas aeruginosa: A Study of Organic Carbon Reduction Efficiency",
abordou uma pesquisa inovadora sobre biorremediação de solos contaminados, destacando estratégias de redução de carbono orgânico por meio de microrganismos.

A orientação do trabalho ficou a cargo da professora Dafne Luana Ramos Ribeiro, do curso de Química.


Ascom CES/UFCG

quarta-feira, 22 de outubro de 2025

Damião premia alunos com melhor desempenho no simulado SAEB

 



A Secretaria Municipal de Educação de Damião entregou brindes aos alunos que se destacaram no Simulado do SAEB, realizado na Escola Municipal de Ensino Fundamental Professor Nino. A ação visa reconhecer o esforço e a dedicação dos estudantes nos estudos.

O secretário de Educação, Francielio Silva, destacou a importância do incentivo à educação e o compromisso da gestão municipal em apoiar iniciativas que promovam o avanço no aprendizado. "Estamos trabalhando para que cada estudante tenha as melhores condições para crescer e se desenvolver. Cada conquista é um passo a mais rumo ao sucesso", afirmou.

A premiação é uma forma de incentivar ainda mais a busca pelo conhecimento e o bom desempenho nas avaliações escolares.