domingo, 26 de julho de 2020

Morte dos caminhantes dos sonhos faz 30 anos


Alírio Guerra e Glênio Sá cumpriam agenda política em Jaçanã



 26 de julho de 1990 - Alírio Guerra candidato a deputado estadual pelo PCdoB e Glênio Sá candidato ao senado também pelo PCdoB, estavam em campanha política no município de Jaçanã-RN, quando o fusca em que viajavam foi colidido de frente por outro carro que trafegava em sentido contrário. As vitimas foram socorridas para o Hospital Pedro Viana da Costa em Cuité, estado da Paraíba, em seguida Glênio Sá foi transferido para um hospital em Natal, mas não resistiu, Alírio Guerra faleceu no hospital, inaugurando assim o necrotério da Fundação Hospital, que foi denominado de “Necrotério Alírio Sá”.

Um grande abalo e comoção principalmente no Rio Grande do Norte, na capital potiguar a movimentação foi imensa desde a chegada, velório e sepultamento.

Em 1992, a esposa de Alírio, Eveline Guerra (PCdoB), foi eleita vice-prefeita de Natal na coligação Frente Popular de Natal, encabeçada por Aldo Tinoco (PSB).

Com o apoio da então prefeita Wilma de Faria (PSB), venceram a chapa Henrique Alves e Rosário Cabral (PMDB).


Símbolos de luta e resistência

Portal Vermelho – Canidé de França

Cumprindo tarefas diferentes, mas com o mesmo objetivo ajudaram com o ímpeto peculiar a juventude a edificar as barreiras da resistência, tanto em solo urbano, com em terras rurais. Conscientemente abdicaram do conforto e da segurança do seio familiar e se lançaram a uma jornada de lutas e riscos permanentes, o ambiente era sombrio e a luta desafiadora, podendo até dizer profundamente desproporcional no que diz respeito a contingentes e instrumentos utilizados nas batalhadas do cotidiano.

A Guerrilha do Araguaia foi um demonstrativo de desprendimento e de patriotismo dos militantes e dirigentes do PCdoB, que sem outra alternativa ou meios de lutar pela democracia e liberdade se socorreram da luta armada para dar vida à resistência popular e não permitir que a nossa pátria vilipendiada sucumbisse às trevas da ditadura.

No Araguaia, Glênio esteve presente e participando diretamente, inclusive compondo um destacamento militar na condição de guerrilheiro. Lutou, foi preso, resistiu às torturas e sobreviveu às humilhações impostas pelos algozes e torturadores. Foi um dos poucos sobreviventes da luta armada nas selvas do Araguaia.

Diferente não foi a luta e a conduta de seu camarada Alírio Guerra que, dentre outras privações advindas da resistência contra a ditadura, também passou a viver na clandestinidade, tendo como consequência o seu banimento do curso de medicina da Universidade.

O primeiro semestre de 1990, foi marcadamente de muita efervescência na conjuntura política nacional. Estávamos nos primeiros meses do governo do presidente Collor de Mello, muitas movimentações tendo em vista a disputa eleitoral que se avizinhava para governo, Senado, Câmara e Assembleia Legislativa.

A marca da nova aliança eleitoral era politicamente de esquerda, composta pelo PCdoB e PT, tendo como candidato a governador Salomão Gurgel (PT) e ao senado Glênio Sá (PCdoB). Nesta eleição, Alírio Guerra concorria a uma vaga na Assembleia Legislativa.


Aeliton Clécio com Portal Vermelho

Nenhum comentário:

Postar um comentário

O conteúdo do comentário é de inteira responsabilidade do leitor.