REVISTA FÓRUM: A Coalizão Negra Por Direitos
denunciou à Comissão Interamericana de Direitos Humanos o caso de violência policial
contra uma mulher negra de 51 anos durante abordagem em um bar
de Parelheiros, na zona sul de São Paulo. O caso aconteceu no dia 30 de maio e
foi exibido pelo programa “Fantástico”, da TV Globo, no último domingo (12).
A vítima contou que foi defender um amigo quando tomou três socos e foi
derrubada com uma rasteira pelos PMs. Um vídeo exibido na reportagem mostra a
mulher deitada de bruços, ao lado de um carro, enquanto o policial pisa em seu
pescoço e apoia todo o seu corpo sobre a vítima.
A Coalizão Negra Por Direitos reúne organizações de
direitos civis e movimentos negros. O documento enviado pela entidade pede
apoio da comissão, vinculada à Organização dos Estados Americanos (OEA), para
garantir a expulsão dos policiais envolvidos no crime e pressionar o governo de
São Paulo a reformular os protocolos de abordagem da PM, com o objetivo de
“evitar abusos e a perpetuação da violação dos direitos à vida e à integridade
física da população negra e periférica”.
A entidade também enviou uma representação para a Procuradoria-Geral de
Justiça de São Paulo solicitando uma investigação criminal dos PMs que
participaram das agressões. A organização cobra o afastamento definitivo dos
agentes e a responsabilização penal e administrativa. A Secretaria da Segurança
Pública de São Paulo abriu um inquérito policial militar e apenas afastou os
agentes de atividades operacionais durante as investigações.
O documento pede ainda esclarecimentos públicos do governador João Doria
(PSDB) e do Comandante-Geral da Polícia Militar de São Paulo, Coronel Fernando
Alencar Medeiros, sobre o aumento de mortes decorrentes de
ações policiais durante a quarentena.
Nesta terça-feira (14), a mulher
pisoteada pelos policiais afirmou em entrevista que, no momento da agressão,
achou que fosse morrer sufocada como George Floyd, homem negro assassinato nos
Estados Unidos, em abordagem semelhante. “Achei que ia morrer que nem ele”, disse.
Por Ricardo Ribeiro / Revista Fórum
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