Após pedir orações, o padre João Paulo, de Pocinhos (PB), ouviu do pontífice que brasileiros não têm salvação. Diálogo viralizou nas redes sociais.
“Foi um momento
marcado pela naturalidade própria do Papa Francisco”. É
assim que o padre João Paulo Souto Victor, de Pocinhos, na Paraíba, define o encontro que teve com o pontífice na quarta-feira (26) ao
final de sua audiência geral no Vaticano.
Ao caminhar pelo pátio de San Damaso, o pontífice foi abordado por João Paulo, que pediu orações para seus conterrâneos. "Santo padre, reze por nós, brasileiros", pediu o paraibano. Sorrindo, Francisco respondeu com piada: "Vocês não têm salvação. É muita cachaça e pouca oração".
O encontro aconteceu após a catequese das quartas-feiras, que há três semanas voltou a ter participação dos fiéis. Os encontros estavam restritos devido à pandemia de Covid-19.
Ao G1 nesta quinta-feira (27), João Paulo disse que não esperava chegar tão perto do Papa, muito menos conversar com ele. Para o brasileiro, não há "conceitos racionais que possam explicar" o encontro.
“Viver
aquele momento da melhor forma possível é o que importa para mim.
Principalmente, para nós brasileiros, que estamos vivendo momentos tão
difíceis. Na Paraíba, inclusive, com o aumento de casos do coronavírus. Então,
foi um momento inexplicável, que não tenho conceitos racionais que possam
explicar”, disse.
Críticas
De acordo com João Paulo, o momento foi gravado por outro padre, Henrique Carlos, que o acompanhava na catequese. Em seguida, o vídeo foi publicado nas redes sociais deles e gerou uma enorme repercussão — inclusive com comentários negativos sobre a fala do Papa, que é argentino.
“Não
houve nada demais que fira a imagem do brasileiro. De jeito nenhum. O Papa tem
um afeto imenso por nós e esse afeto fica estampado na sua maneira de se
relacionar conosco. Infelizmente, estamos vivendo um tempo de muitas
polarizações políticas. Então, sempre que há uma fala que está alinhada ao Papa
Francisco aproveitam para fazer toda uma campanha difamatória”, afirmou.
Ainda
conforme o padre, as críticas têm sido recorrentes. “Cheguei a receber um
e-mail de alguém que não conheço dizendo que foi um ato infeliz, mas eu não vou
me prender à pessoas amargas, vou me prender ao momento que vivi, à beleza e à
alegria do evangelho que o Papa tem anunciado”, contou.
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