O documentário foi selecionado no concurso Felipe Tiago Gomes, edital da Fapesq
O documentário do jornalista Wanderley Filho, que venceu a
disputa de edital lançado pela Fundação de Apoio à Pesquisa da Paraíba
(FAPESQ), para a gravação de um documentário sobre a história do paraibano
Felipe Tiago Gomes, o maior criador de escolas da América Latina, será exibido
nesta quinta-feira (2), às 19h30, no Teatro Severino Cabral, em Campina Grande,
durante a programação do 16º Festival Audiovisual de Campina Grande –
Comunicurtas UEPB. Wanderley participa da disputa com o documentário "O Cenecista",
na Mostra Tropeiros da Borborema, uma das categorias do Festival. O Professor
Felipe (como também era conhecido) foi o fundador da Campanha Nacional de
Escolas da Comunidade (CNEC), que se espalharam pelo Brasil com o nome de
escolas cenecistas. No auge da instituição, na década de 80, a CNEC chegou a
ter mais 2100 colégios em todo o território nacional, somando mais de 500 mil
estudantes.
A 16ª edição do Festival Audiovisual de Campina Grande –
Comunicurtas UEPB acontece no período de 1º a 5 de dezembro, na cidade de
Campina Grande, no formato on-line e presencial. Com temática “Inventar a vida,
viver a arte”, o Comunicurtas 2021 será marcado pela exibição de 103 filmes,
distribuídos nas mostras, “Território Liberdade”, “Longas Metragens
Internacionais”, “Longas Nacionais”, “Mostra Filmes do Mundo”, “Mostra Brasil
de Curtas Metragens”, “Mostra Tropeiros da Borborema”; “Tropiqueer”; “Som da
Serra de Vídeo Clipes”, “Mostra Tropeiros de Telejornalismo”; “Estalo”, e
“Mostra A Ideia é”.
Algumas das mostras terão exibições no Teatro Municipal Severino
Cabral, seguindo todos os protocolos sanitários como a obrigatoriedade do uso
de máscaras e pessoas vacinadas; e no Museu de Arte Popular da Paraíba com
sessões ao ar livre através de projeção mapeada na fachada do MAPP.
O Cenecista
O Felipe Tiago Gomes nasceu em 1 de maio de 1921, numa família
pobre do Sítio Barra do Pedro, em Picuí – PB, onde começou seus estudos. Foi
inicialmente alfabetizado em casa por uma irmã e, em seguida, passou a estudar
com uma professora na zona urbana. Para isso tinha que caminhar, todos os dias,
6 quilômetros e ao voltar para casa, ajudar a família no trabalho na
agricultura. Com a contribuição de amigos e familiares deu continuidade aos
estudos em Campina Grande-PB e, em seguida, no Recife-PE, onde juntamente como
colegas do curso de direito, criou a ideia de dar aulas voluntárias para jovens
de baixa renda, o que foi chamado na época de Campanha do Ginasiano Pobre.
Na
década de 40 Felipe foi para o Rio de Janeiro, que na época era a capital do
Brasil e com apoio governamental, expandiu o projeto pelo país. A ideia sempre
foi desenvolver escolas que eram criadas e geridas pelas próprias comunidades,
a partir da criação de conselhos escolares.
Toda essa história em detalhes está sendo contada no documentário “O
Cenecista”, gravado por Wanderley Filho, que conta com uma equipe de paraibanos
e potiguares, a exemplo da jornalista paraibana Valécia Estrela, que divide
direção e roteiro do filme com Wanderley. A direção executiva e pós-produção
são do cineasta potiguar Raildon Lucena, antigo parceiro de produções de
Wanderley Filho.
“Para mim está sendo uma grande satisfação fazer este filme,
porque é uma rica e bela história. Eu fui aluno cenecista na minha infância e
na época nem sabia que eu estava sendo beneficiado pela criação de um paraibano
visionário. Só vim conhecer a história dele anos depois”, afirma o jornalista
Wanderley Filho, que costuma dizer ser um “potibano” (mistura de potiguar com
paraibano), já que nasceu no RN, mas iniciou a carreira e trabalhou por mais de
10 anos na PB.
Wanderley ficou conhecido em território potiguar por ter criado, em 2009, a primeira TV Web do RN, que se chamou TV Seridó, com sede inicialmente em Parelhas e depois Caicó, em parceria com a Referência Comunicação. A empresa chegou ao fim em 2014, quando Wanderley voltou para a PB para trabalhar na área da comunicação política. Retornou para o RN em 2019, a convite do deputado Francisco do PT, para coordenar a comunicação do parlamentar.
Ascom
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