Com quase quatro anos de antecedência, a sucessão estadual na Paraíba já raiou como o sol que arde em nossas terras nesses áridos tempos. Os movimentos e temperaturas palacianas e da oposição confirmam.
Na ágora governista, o embrião de uma chapa está em gestação partir da precoce assimilação da desincompatibilização do governador João Azevêdo (PSB) e da assunção do vice Lucas Ribeiro (PP). A começar pelas próprias, firmes e renovadas declarações de João.
O socialista revela seu público desejo. Deixa no ar apenas as normais e aceitáveis condicionantes para garantia de conforto partidário e de viabilidade eleitoral para disputar o Senado. O mínimo a ser exigido, no caso de quem vai abrir mão do controle da máquina estatal.
Equilibrando-se em meticulosa acrobacia, Lucas não ultrapassa a linha limite e se reveste do figurino do vice ideal. Discreto, parceiro e com postura de quem conhece seu lugar.
Com esse mapa desenhado, o deputado Hugo Motta, presidente do Republicanos, partido mais robusto do Estado, botou seu trem nos trilhos. É virtual candidato a senador numa chapa que projeta João como “puxador de votos” e a candidatura natural de Lucas à reeleição.
De tão resoluto, em recente entrevista no 60 Minutos, da Rede Arapuan de Rádios, Hugo até exorcizou o fantasma do histórico das últimas eleições com duas vagas que favorece a tendência de vitória de um senador do governo e outro da oposição.
Nada que faça Motta temer e nem tremer. Pelo visto, receio quem deve começar a ter é a oposição. Se for costurada, uma frente com Lucas, João e Hugo assombra. E deixa muito cabelo em pé.
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