O Evangelho proposto para este domingo (Mt 22, 34-40) traz a centralidade da vida e da fé: AMARÁS. Seguindo de uma importante consideração: a Deus e ao próximo. Ou seja, AMAR é o maior mandamento.
Dentro de uma conjuntura marcada por conflitos, incompreensões, hostilidades, perseguições, guerras e mortes… as duvidas sobre Deus, sua justiça, o conteúdo da Aliança elas são frequentes. É nesse contexto que ouvimos o Filho de Deus nos ensinar que não existe mandamento maior do que amar e que o amor tem implicações concretas não apenas dentro de um coração (sentimentalismo), mas dentro de um tecido e conjuntura social. NÃO EXISTE AMOR A DEUS SEM JUSTIÇA SOCIAL.
A inteligência emocional e espiritual de um coração que ama tem, assim como a Palavra de Deus ensina, uma inquietação salutar por uma vida nobre e excelente, desde o inicio da vida do povo de Deus: “Não oprimas, não maltrates, não faças mal algum” (Ex 22, 21).
As lideranças religiosas judaicas, muitas vezes enrijecidas por uma obsessão de alinhar todas as pessoas em regras, normas, pompas litúrgicas (ao ponto de sufocar os outros com coisas impossíveis de serem vividas) sinalizavam que perderam a inteligência do coração. E este foi um pecado que se arrastou ao longo dos séculos e motivo de acusação dos profetas: “Dar-vos-ei um novo coração humano” (Ez 36, 26-28). NINGUÉM AMA SE NÃO TEM UM MÍNIMO DE HUMANIDADE.
Em muitas comunidades, grupos religiosos e mesmo entre seus lideres, encontramos um processo de desconstrução do evangelho nunca radical desumanização. Isso por que ainda se cultiva uma mentalidade anacrônica de um cristianismo que não consegue dialogar o humano e o divino. Na cabeça de muitos essa ruptura passa a ser critério de espiritualidade ou mesmo suprimir o humano para aparecer o divino. A MENSAGEM DO CRISTIANISMO NÃO TEM ESSE RUMO PATOLOGICO.
O medo do amor é causa de temor na constituição psíquica e espiritual de muita gente. É OPRESSÃO. São João dizia exatamente ao contrário: “no amor não há temor” (1Jo 4, 18). Portanto, há um risco de que, no tecido social e religioso, encontremos “os que se julgam donos da religião” propagando catequeses portentosas (quase lançando fogo do céu) que nascem de tantos esquemas teológicos, devocionais, piedades, ascese, mas desumanos.
O amor de Deus realiza-se na ajuda e serviço aos outros. Como diria santa Teresa de Calcutá, começa pela pessoa que está ao teu lado. Não precisas de converter o mundo, mas precisas de te converter, de transformar o teu coração.
LEMBREMOS QUE O AMOR NÃO FAZ NENHUM MAL AO PRÓXIMO, pois o amor é o cumprimento total da lei Rm 13, 8-10. 1 cor 13, 1ss, como Renato Russo canta: “É só o amor! É só o amor que conhece o que é verdade. O amor é bom, não quer o mal, não sente inveja ou se envaidece”[…]
Continuemos perseverantes neste caminho de acolhimento da graça de Deus, a dilatar o nosso coração, a extravasar a alegria dos sermos escolhidos e assumidos como filhos amados de Deus, tornando-nos missionários, contamos com o auxílio do próprio Deus. Confiantes, a Ele nos dirigimos: “Deus todo-poderoso e eterno, aumentai em nós a fé, a esperança e a caridade; e, para merecermos alcançar o que prometeis, fazei-nos amar o que mandais”.
Boa semana!
Nenhum comentário:
Postar um comentário
O conteúdo do comentário é de inteira responsabilidade do leitor.