domingo, 24 de dezembro de 2023

CONTOS DE NATAL – Um nocaute no bom velhinho

 




Flauberto Fonseca

Já estamos nas portas das festividades de final de ano e tendo o Natal como o principal evento entre nós pois é através dele que celebramos em família o aniversário do Salvador que é um momento plural revestido de muita fé e conciliação cristã.

E nada mais gratificante que o reavivamento de nossas memórias natalinas, pois são eles que nos concede o prazer de lembrar dos entes queridos que já não estão entre nós fisicamente, mas espiritualmente sempre se farão presentes em um momento tão especial como é o Natal.

Nunca neguei a ninguém que tenho uma afeição diferenciada pela natividade, não só por representar a maior festa cristã do ocidente, mas também por me mostrar que a renovação de minha fé advém do maior presente que a humanidade já recebeu que foi a presença material e muitos exemplos que o filho do Criador semeou entre nós.

Entre as muitas das minhas lembranças natalinas, uma em especial se faz necessário à sua difusão, não sei precisar o ano do ocorrido, porém, é salutar aqui dizer que o acontecido marcou por demais a minha relação com o Natal.

Minha mãe tinha por tradição de começar logo nos primeiros dias de dezembro organizar os enfeites de Natal e, fazendo uso de sua vasta criatividade na hora de ornamentar o ambiente doméstico, utilizava um garrancho de planta o  qual ela pintava em cor prateada montava a nossa árvore de Natal com algodão para caracterizar a neve caída sobre os galhos, os enfeites, as bolas, os biscuits e a estrela guia eram verdadeiras relíquias tudo em razão do tempo que faziam parte de nosso círculo natalino, e já eram produtos orientais tal qual os de hoje,

Havia uma faixa em papel cartolina com a peculiar frase de "Feliz Natal" e que exposta na entrada de nossa casa, agora a grande estrela que marcava com muita representatividade a data era um bonito papai Noel de papelão em tamanho natural que era estrategicamente montado na entrada da sala de visita como se fosse um cartão de boas-vindas e apenas um pequeno detalhe quem dava sustentação ao mesmo sendo um suporte de apoio fixado em suas costas.

E foi naquele infausto ano que ocorreu uma hilariante situação: minha mãe juntamente com as minhas irmãs havia montado a árvore de Natal e toda a ornamentação da casa, porém, só esqueceram-se de um pequeno detalhe que a posição e local em que o Papai Noel foi exposto era passivo de um possível incidente.A proximidade do “bom velhinho” com a porta de entrada da casa que era antiga e tradicional de duas partes, e quando a parte de cima era aberta sempre trazia uma corrente de ar e ao abrir a parte de baixo o vento aumentava a entrada no ambiente, pois foi em razão da tal profusão dos ventos e de um raio de luz do poste da rua que adentrava ao ambiente quando se abria a porta e que refletia da imagem.

O meu pai que nem lembrava que já era tempo de Natal, se deparou com o sujeito de aparência robusta e com uma avantajada altura  que se balançou em sua direção e ele sem pestanejar acertou de direita em sua cara um belo golpe de boxeador que não só levou ele a nocaute como deslocou a sua face do pescoço, sem falar no corre corre e no acendido de luzes dentro de casa para ver o que tenha  acontecido e quando todos se deparam com a situação,viu que tudo foi contornado e riram da situação.

Já na manhã segue a minha engenhosa mãe fez um bom e consistente grude e recompôs a silhueta do Noel e recolocou ele de volta no ambiente de Natal, só que em um lugar fora do alcance de futuras encrencas.

Assim, se passou mais um Natal e o bom velhinho ficou entre nós por muitos outros Natais sem qualquer tipo de incidente.

É época de esperança e recomeço em busca de tempos de paz!


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