De acordo com o pesquisador Marco Túlio, o que chama atenção em Araruna são as formas espetaculares que são bastante incomuns em rochas daquele tipo. As geoformas encontradas foram moldadas por processos químicos como a água.
Em toda América do Sul, o único lugar com semelhante fenômeno é no Parque Nacional de Itatiaia, no Rio de Janeiro, porém o clima lá é úmido. O município de Araruna fica localizado no semiárido, onde o mais comum seria que as rochas fossem moldadas por processos físicos, ou seja, a partir de quebras.
Por estarem mais expostas em local de predominância da caatinga, as rochas ficam visíveis e suscetíveis à mudança pela água. "São formas únicas e extremamente exuberantes, que retratam bem as mudanças do planeta nos últimos 20 milhões de anos", informa Marco Túlio.
O Parque Estadual Pedra da Boca foi avaliado por quatro valores: científico, estético, turístico e de uso e gestão. "Os quesitos levados em consideração vão desde o potencial turístico, analisando assim acessibilidade, estrutura hoteleira e de restaurantes nas proximidades, até o potencial científico, avaliando o número de trabalhos publicados sobre o local", exemplificou Hígor Lins.
A área da Pedra da Boca tem potencial para se tornar um geoparque da Unesco. São lugares que a organização reconhece como de grande valor científico para geociências e que são utilizados pela sociedade de forma sustentável.
Para os pesquisadores, o parque estadual tem essas características: o alto valor científico das formações rochosas e o fato de o local ser utilizado para turismo de aventura, ecoturismo e turismo sustentável. Assim, beneficiando a comunidade do entorno e gerando renda para a população local.
Atualmente, o Brasil possui cinco geoparques. Esse seria o primeiro da Paraíba. E com o selo da Unesco, a área ganharia certificado de ciência e sustentabilidade no mundo. Mas é necessário mais pequisas, políticas públicas e investimentos voltados para o lugar.
"[A pesquisa] deve servir também para jogar luz sobre a necessidade de investimentos que possam estimular a geoconservação e o geoturismo, trazendo um consequente desenvolvimento socioeconômico e resultando em melhorias reais na vida das pessoas que habitam e sobrevivem em comunidades próximas a esses locais", finaliza o pesquisador Hígor Lins.
Fonte: G1
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