A Igreja celebra, neste ultimo final de semana do ano, O DOMINGO DA
SAGRADA FAMÍLIA. Deus se vestiu de nossa humanidade e habitou entre nós (cf Jo
1, 14). Foi acolhido por um casal jovem, numa periferia de Nazaré da Galileia
(cf. Mt 2, 13-23. Lc 2, 39).
A Sagrada Escritura apresentou, na
sabedoria dos sábios (cf. Eclo 3,3-7. 14 –17a), a família como um lugar sadio e espaço de
cultivar o bom relacionamento entre as pessoas, sobretudo a relação imediata
entre pais e filhos. Há um convite para que os membros de uma casa se esforcem
para terem o bom entendimento e joga sobre os mais novos a responsabilidade
pela harmonia da casa, dado que eles têm maiores condições de entender o
momento presente.
O papa Francisco, na Enciclica Amoris Laetitia ensina que “As famílias
não são um problema são, sobretudo, uma oportunidade” (AL 7). Em matéria de
família não existe uma regra pronta como se pudéssemos olhar todas como uma
regra tradicional. Cada família traz elementos próprios e precisa se melhorar
com carinho.
A única norma geral possível em uma família é que somente uma vida de
respeito, compreensão e amor mútuo é capaz de fazer atravessar os diversos
obstáculos que a sociedade coloca para uma autentica vida em família.
Na Carta aos Colossenses (3,12-21) percebemos que em uma família que dialoga e que
resolve seus problemas no amor e compreensão consegue crescer e amadurecer nos
filhos os verdadeiros sentimentos éticos capazes de fazer nascer e crescer em
uma sociedade justa e fraterna.
Em Lucas (2, 22-40) encontramos a fragilidade do menino Jesus que,
mesmo sendo Deus, não teve nenhum privilégio na sua trajetória. Desde menino
enfrentou os desafios de uma conjuntura desfavorável que lhe ameaçava de morte.
É papel amoroso dos pais salvaguardar a família da morte. José, Maria e Jesus
formam uma Família que ama a vida. E fogem de uma Família (Herodes) que ama a
morte.
O episódio do evangelho
nos ensina que é fundamental ter confiança em Deus, mas isso não nos liberta de
sustos, de noites mal dormidas, de dúvidas e incertezas. Se a família está
unida ela atravessa a noites de morte e sabe que tem que fugir, algumas vezes,
por questões de segurança. Eles são peregrinos da esperança que procura a paz.
Ainda é crescente em nossa sociedade a dificuldade de um relacionamento
respeitoso e mútuo dentro de nossos lares. Parece que ninguém mais defende uma
a outro. Há relações desgastadas entre pais e filhos e entre irmãos. Há
violência não só psicológica, mas também física. Há indiferença, falta de
compreensão e falta de respeito.
É nesse momento que as coisas devem se ajudar em Cristo: “Onde todos são por um e um por
todos” (Pe. Zezinho, SCJ).
A Liturgia da Palavra de hoje trás uma exigência que é feita para todos,
para que a harmonia seja possível e todos possam “crescer em sabedoria,
estatura e graça” (cf. Lc 2, 52).
“Devo estar na casa de meu Pai” (v. 49). Rezamos para que o Senhor nos dê a graça de praticar, a
exemplo da Santa Família, as virtudes familiares.
Desejo a todos um ano
movido pela esperança e na luta de dias melhores para todos!
Edjamir Silva Souza
Padre e Psicólogo
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