sexta-feira, 5 de junho de 2020

Lula sobre Ciro Gomes: após tanto tomar coice, chega uma hora que você responde



247 - O ex-presidente Lula, em entrevista concedida nesta quinta-feira (4) ao portal Metrópoles, rechaçou o comportamento do ex-ministro Ciro Gomes e relembrou que, “se Ciro fosse humilde e não fosse para a França, o PT poderia ser o primeiro em 2018”, referindo-se ao fato de Ciro não ter declarado apoio a Fernando Haddad no segundo turno contra Jair Bolsonaro. 

“Se o povo quer que você ganhe, então vota logo em você no primeiro turno”, avaliou, em referência ao fato de Ciro, nas pesquisas de intenção de voto na época, vencer Bolsonaro no segundo turno, mas não no primeiro.

“Se eu tivesse sido candidato, se o [Luís Roberto] Barroso [STF] não tivesse feito aquela pataquada de me enquadrar na lei ficha limpa, obviamente teria ganho a eleição no primeiro turno”, acrescentou ainda o ex-presidente.
Lula fez um desabafo quando questionado a respeito de sua relação com Ciro quando o político cearense foi ministro de seu governo. Ele relembra que Ciro Gomes “foi um companheiro” e fez um agradecimento a ele. 

“Quando Ciro Gomes foi eleito deputado federal em 2010, eu não queria que ele tomasse posse, queria que ele fosse para o BNDES, mas ele não quis. Eu disse que a Câmara não era lugar pra ele, por conta da forma que ele se comporta politicamente, do ponto de vista psicológico, mas ele foi”, relembrou Lula. 
No entanto, Lula criticou a agressividade atual de Ciro com o Partido dos Trabalhadores. “Eu sempre falo que converso com Ciro a qualquer hora e ele concede entrevista dizendo que 'o PT que vá para a puta que pariu”, lamentou. 
“Ele já chamou candidata do PT de puta, de vaca, bateu na cabeça de petista com bandeira. Tenho respeito e consideração por ele, mas ele não respeita”, criticou.  

Pandemia 

Ele avaliou a condução de Bolsonaro no enfrentamento à pandemia e condenou sua postura: “Bolsonaro não se preparou para governar o Brasil, faz questão de colocar pessoas erradas. Veja o ministro do Meio Ambiente (Ricardo Salles), que quer destruir o meio ambiente, o responsável pela saúde nem sabe o que está fazendo lá”. 

“Bolsonaro não dá significância à gravidade do que representa esse vírus. Ele deveria já ter construído um comitê de governadores, mas apenas ofende as pessoas, nem ao menos repassou verbas aos estados”, acrescentou. 

Manifesto 

Lula também comentou a respeito das críticas que recebeu por sua não adesão ao manifesto “Juntos”.

Segundo ele, o manifesto não cita o impeachment de Bolsonaro e nem condena a nociva política econômica do governo. “E quem manda nesse governo é o [Paulo] Guedes, Bolsonaro é o bobo da corte”, disse. 

Lula ressaltou que o manifesto “apenas fala da democracia de forma muito genérica”. E ponderou que, “quando parte da sociedade tenta se mobilizar, parte da elite tenta controlar o processo”, referindo-se aos empresários milionários que assinaram o texto

Brasil 247






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