247 - O
ex-presidente Lula, em entrevista concedida nesta quinta-feira (4) ao portal
Metrópoles, rechaçou o comportamento do ex-ministro Ciro Gomes e relembrou que,
“se Ciro fosse humilde e não fosse para a França, o PT poderia ser o primeiro
em 2018”, referindo-se ao fato de Ciro não ter declarado apoio a Fernando
Haddad no segundo turno contra Jair Bolsonaro.
“Se o
povo quer que você ganhe, então vota logo em você no primeiro turno”, avaliou,
em referência ao fato de Ciro, nas pesquisas de intenção de voto na época,
vencer Bolsonaro no segundo turno, mas não no primeiro.
“Se eu
tivesse sido candidato, se o [Luís Roberto] Barroso [STF] não tivesse feito
aquela pataquada de me enquadrar na lei ficha limpa, obviamente teria ganho a
eleição no primeiro turno”, acrescentou ainda o ex-presidente.
Lula
fez um desabafo quando questionado a respeito de sua relação com Ciro quando o
político cearense foi ministro de seu governo. Ele relembra que Ciro Gomes “foi
um companheiro” e fez um agradecimento a ele.
“Quando
Ciro Gomes foi eleito deputado federal em 2010, eu não queria que ele tomasse
posse, queria que ele fosse para o BNDES, mas ele não quis. Eu disse que a
Câmara não era lugar pra ele, por conta da forma que ele se comporta
politicamente, do ponto de vista psicológico, mas ele foi”, relembrou
Lula.
No
entanto, Lula criticou a agressividade atual de Ciro com o Partido dos
Trabalhadores. “Eu sempre falo que converso com Ciro a qualquer hora e ele
concede entrevista dizendo que 'o PT que vá para a puta que pariu”, lamentou.
“Ele já chamou candidata do PT de puta, de vaca, bateu na
cabeça de petista com bandeira. Tenho respeito e consideração por ele, mas ele
não respeita”, criticou.
Pandemia
Ele
avaliou a condução de Bolsonaro no enfrentamento à pandemia e condenou sua
postura: “Bolsonaro não se preparou para governar o Brasil, faz questão de
colocar pessoas erradas. Veja o ministro do Meio Ambiente (Ricardo Salles), que
quer destruir o meio ambiente, o responsável pela saúde nem sabe o que está
fazendo lá”.
“Bolsonaro não dá significância à gravidade do que
representa esse vírus. Ele deveria já ter construído um comitê de governadores,
mas apenas ofende as pessoas, nem ao menos repassou verbas aos estados”,
acrescentou.
Manifesto
Lula
também comentou a respeito das críticas que recebeu por sua não adesão ao manifesto “Juntos”.
Segundo
ele, o manifesto não cita o impeachment de Bolsonaro e nem condena a nociva
política econômica do governo. “E quem manda nesse governo é o [Paulo] Guedes,
Bolsonaro é o bobo da corte”, disse.
Lula
ressaltou que o manifesto “apenas fala da democracia de forma muito genérica”.
E ponderou que, “quando parte da sociedade tenta se mobilizar, parte da elite
tenta controlar o processo”, referindo-se aos
empresários milionários que assinaram o texto.
Brasil 247
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