quinta-feira, 3 de fevereiro de 2022

Cuiteense é resgatada após 39 anos em situação análoga à escravidão em Campina Grande


Trabalhadora doméstica é resgatada após 39 anos em situação análoga à escravidão na Paraíba


 G1 PARAÍBA: Vítima era obrigada a cuidar de pelo menos 100 cães adotados pelos patrões e teve o colchão em que dormia destinado para animais em trabalho de parto.

Uma mulher, que atuava como trabalhadora doméstica, foi resgatada após passar 39 anos em situação análoga à escravidão, em  Campina Grande, no Agreste da Paraíba. O resgate da vítima, de 57 anos, aconteceu na quarta-feira (2), durante uma operação deflagrada pela auditoria-fiscal do Grupo Especial de Fiscalização Móvel (GEFM), Polícia Federal (PF) e Defensoria Pública da União (DP).

A auditora-fiscal do trabalho Lidiane Barros informou que a mulher foi tirada da cidade paraibana de origem, Cuité, aos 18 anos, pelo empregador e a família dele.

 

“Cuidava dos patrões idosos, limpava a casa, arrumava e cozinhava, além dos cuidados com a matriarca da família que ficou acamada e com dificuldades de locomoção. Ainda, a empregada vivia um processo de coação psicológica que a levava a aceitar as condições indignas de trabalho com afirmações de que ela teria responsabilidades com os idosos por ser uma pessoa considerada da família”, descreveu a auditora.

 

A carga de trabalho da vítima aumentou ainda mais há pelo menos cinco anos, quando ela passou a ser responsabilizada pelo cuidado de cerca de 100 cães adotados pelos patrões. Essas atividades eram feitas todos os dias da semana, inclusive aos domingos e feriados.

 


jornada da trabalhadora iniciava por volta das 7h e se encerrava após a meia-noite por causa do alto número de cachorros e da obrigação de limpar toda a casa e espaços destinados ao abrigo dos animais, além de alimentá-los.

 

As atividades diárias também envolviam limpar e lavar os canis, limpar fezes e urinas dos cachorros tanto na parte externa, quanto dentro da casa.

 

Apesar da mulher receber salário mensal, 13º e férias, ela não usufruía de descanso semanal remunerado, feriado e das férias de 30 dias. Apesar de ter folgas eventuais nos feriados de São Pedro e Réveillon, nunca pôde ficar mais de quatro dias fora das funções.

 

Segundo a auditora, este foi o primeiro caso de resgate em trabalho doméstico na Paraíba. A operação foi realizada a partir de uma denúncia feita Disque Direitos Humanos – por meio de ligação ao número 100 – sobre a possível exploração de trabalho.

 

Após o resgate mulher voltou para cidade natal

Ainda na quarta-feira, a equipe de fiscalização levou a trabalhadora resgatada para casa de familiares no interior do estado.

 

Continue lendo a matéria no G1 Paraíba

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