segunda-feira, 11 de abril de 2022

Onde tudo começou, por Flauberto Fonseca


Flauberto Fonseca

Está entre as muitas das minhas interposições que me conduz a uma gama de perguntas e questionamentos, no que envolve o princípio da ocupação de nosso lugar e tudo que veio depois, dentro de uma cronologia aceitável e plausível a respeito da fixação de homens e mulheres oriundos do mundo civilizado como primeiros moradores de nosso município.

É fato que tudo passou pelas mãos de nosso fundador, o coronel Caetano Dantas Correia e sua esposa, a senhora Josefa de Araújo Pereira. Contudo, é importante buscar uma relação entre os possuidores do domínio lhe foi concedido através da Escritura de Doação, datada em 17 de julho de 1768, se tornando seus reais possuidores,bem como os seus possíveis serviçais, possivelmente parentes de sangue ou homens e mulheres que foram recrutados em terras lusitanas com ofertas e promessas de um futuro próspero no novo mundo.

A maior inquirição que externo é como relação a logística que utilizaram para realizar a ocupação da região e mais ainda os sacrifícios e até as perdas das muitas vidas humanas que sucederam em função das intempéries produzidas na época.

Outro fator que sempre busquei construir como um paralelo é exatamente o que aconteceu entre os nativos e os novos ocupantes da região e até a construção de possíveis conflitos, extermínio de nativos que faz presente em meus devaneios, diante da saga que foi a concepção do que hoje tratamos como nossa cidade.

Como são minhas memórias e foram edificadas dentro um ideal e traçado no decorrer do galgar de minha vida, não é justo que devo tê-las apenas guardadas no meu borná juntamente com a minha dileta baladeira e meia dúzia de pedras que juntei na ladeira do Jatobá, por conseguinte, posso até passar por indagações acerca da minha intromissão na história da cidade.

Nada mais instigante que traçar um paralelo e nele ilustrar como o "Marco Zero", da fixação da pedra fundamental de criação da cidade, dentro desse universo sem norte eu até tenho as minhas intrigantes e alusivas referências, que por muito tempo foram e são intrigantes pitacos e nada mais.

Mas, como nativo, sempre vislumbrei que a fundação de Cuité teve a sua primeira edificação erguida no que hoje é a rua Tertuliano Venâncio, que outrora já teve outras denominações e nada me afasta da opinião que a mesma tinha a sua face principal voltada para a lagoa, pois era o seu ponto de melhor observação e que contemplava em seu entorno uma vasta área plana que alcançava até a sua orla situação e permitia a exploração do cultivo agrícola e da criação de bovinos, ovinos e caprinos, pois gramíneas e água tinha em abundância.

Outra situação que faço insinuação é o fato de que uma das mais antigas casas que ainda se mantém em pé na área é exatamente a casa de Tertuliano Venâncio (Terto Venâncio), inclusive a sua composição arquitetônica com o seu pé direito alto nos remete ao estilo barroco que era típica da época do Brasil colônia não deixando de citar o tipo pavimentação em pedra que já existiu na via e que por muito tempo ligou o local ao Olho D'água da Bica.

É importante frisar que no transcorrer do tempo tudo que aconteceu em termos de desenvolvimento urbano tem relação direta com o quadrilátero territorial que uso como referência no surgimento da povoação da Serra, inclusive o primeiro templo religioso foi construído no sentido transversal e tenha a sua face parcialmente voltada para o nascente, em razão de que já existia muitas edificações em entorno e era comum essa posição tipicamente do povo ibérico na formação dos povoados e vilas.

Isto posto e vagando com o meu imaginário eu trago como subsídio fomentador aos meus arranjos algumas citações do senhor Rivaldo Silvério da Fonseca, páginas 09 e 10, que fazem parte e ilustram o “Livro Cidadão da Minha Rua” de autoria do Professor José Pereira Sobrinho este permitindo vislumbrar que a nossa cidade nasceu no sentido Leste x Oeste.

E, como meio abalizador de minha disposição, tem ainda como instrumento sustentável e afirmador o uso e ocupação do solo que compreendem as implementações das práticas administrativas e construtivas tiveram e foram prioritariamente realizadas por gestores municipais em especial pelo senhor Basílio Magno da Fonseca, nos antigos logradouros que eram partes integrantes das primeiras vias públicas e que a partir deles a cidade avançou em busca do leste como prova material temos a nossa primeira praça que foi construída em seu perímetro.

E por fim, e de forma associativa, tenho não como elemento de afirmação, mas como recurso de uma prévia defesa de possíveis pedras imaginárias que serão atiradas sobre o meu momento utópico a maior referência da topologia de nossa cidade foi o nosso primeiro Cemitério Público São Miguel Arcanjo que foi erigido no mesmo sentido do antigo expansionismo urbano, acontecendo de Leste para o Oeste,

Agora, faço apenas uma pergunta: Onde tudo começou?

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