A Festa de Pentecoste no Antigo Testamento era a festa das sete semanas e estava vinculada aos ciclos da natureza (cf. Ex 34,22. Nm 28, 26. Dt 16,10. Cr 8, 3). Os judeus celebravam as primícias da ceifa do trigo. Em um segundo momento da história de Israel a Festa de Pentecoste foi vinculada a recepção da Lei (Aliança) no Monte Sinai. No Novo Testamento o verdadeiro dom é o amor, isto é, o Espirito Santo.
O Espirito de Deus foi compartilhado, como no Antigo Testamento (cf. Nm 11), quando Moises desejou ardentemente que este Espirito fosse derramado sobre todo o povo. O profeta Joel (3, 1-5) retoma esta mesma profecia e deseja que toda carne profetize na força e no Espirito.
O Evangelho narra a aparição do Ressuscitado aos dez apóstolos (Judas suicidou-se e Tomé não está presente). É o primeiro dia da semana e significa o inicio de uma nova humanidade. O Ressuscitado entra no meio deles e de modo novo (corpo glorificado) saúda, duas vezes, com o shalom de Deus. E mostrando as marcas da paixão, confirma a sua identidade: o ressuscitado é o crucificado. Jesus entrega o seu Espirito e os envia em missão.
A primeira missão da Igreja é a reconciliação e o perdão. A comunidade cristã deve ser no mundo instrumento de re-conciliação. A linguagem do Espirito é a linguagem da conciliação da diversidade e do amor.
Babel é a imagem de um projeto de mundo que – tentando unificar – massifica e, por isso, causa rupturas, injustiças, fechamentos, exclusão e divisões. Ainda hoje assistimos, estarrecidos, comportamentos desumanos que ferem a dignidade das pessoas na militância de discursos odiosos e cheios de preconceitos (de grupos e pessoas) que não admitem a beleza da diversidade: seja pela raça, pela condição social, pela sua nacionalidade (ou regionalidade), por questões de gênero. É tentativa fracassada de massificar as pessoas numa ideologia neofascista e ariana (raça pura). É Babel que ressurge em nosso tempo com os mesmos vieses político e religioso.
Esta é a verdadeira festa da Nova Aliança. Força que faz-nos libertar do pecado, fonte da diversidade de dons e força da unidade.
A diversidade é a força da unidade das nossas comunidades. A nossa contribuição à unidade é o amor recíproco.
“Dai-nos Senhor estes dons esta luz (…)”.
Boa semana para todos!
Nenhum comentário:
Postar um comentário
O conteúdo do comentário é de inteira responsabilidade do leitor.